quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Um crente político ou um político crente?


Pode parecer que é só uma troca de ordem, mas não é, pelo menos não é o que quero dizer.
Uma coisa é alguém que tem vocação política e é, ou se tornou crente. Outra coisa é alguém que é crente ou até pastor e está se metendo a político.

Eu sei que, provavelmente, vou receber muitas pedras em forma de recados pelo que vou dizer aqui, mas
prefiro votar em um bom político metido em qualquer outra religião, do que votar em um bom crente metido a político.
O fato de alguém ser crente não o legitima como um bom candidato a um cargo político. E o pior é que está em alta por aí o argumento furado de que por alguém ser pastor, missionário ou apóstolo, tem vantagem sobre os outros, pois será um ótimo futuro vereador ou prefeito. Será?

Não tem como olhar para a história e achar que um estado cristão possa ser benção para o nosso país. No papel até que seria uma boa idéia, mas estudando de Constantino até a Reforma, lembrando das cruzadas, dos Estados Unidos e suas guerras santas, da discriminação aos protestantes de um século para trás no Brasil e outros diversos exemplos, vemos que nós cristãos temos que garantir um estado laico. Não estou falando necessariamente de um político ateu ou algo parecido. Mas o homem ou mulher que for ocupar um cargo político tem que garantir o direito dos cidadãos independente da sua fé ou a do cidadão que ele esteja representando.

Por isso, quando vou ver um candidato, tento observar e priorizar dois pontos antes de atentar se ele é evangélico ou não:
Verifico primeiro se ele é um bom político e não um bom crente, pois não adianta o cara ter uma confissão de fé “boa” e ao verificar o que ele já fez, por onde passou e seu plano de mandato, e perceber que ele é um péssimo político.
Em segundo lugar, verifico se ele vai priorizar o cidadão e não a minha igreja, pois é muito fácil vermos candidatos pedindo voto, prometendo benefícios para a instituição que você faz parte. Mas temos que lembrar que quem vai pagar o salário dele não são apenas os crentes, mas também os de outros credos e que por isso ele precisa estar representando a todos.

Ai se por acaso você encontrar dois políticos iguais: com vocação no que faz, com um bom passado, e que está planejando em projetos escritos representar a todos os cidadãos e seus direitos, aí sim, escolha o que confessa a mesma fé que você. Mas não esqueça de dar um “Glória a Deus” e me avisar, pois dois políticos bons desse jeito na mesma cidade é como encontrar uma mosca branca!


Artigo retirado: http://marcosbotelh odojv.blogspot. com/

3 comentários:

Calango! disse...

Belíssimo artigo Ceci... muito bom mesmo!!

[depois da uma olhada no que eu escrvi la no meu...;)]

Cecília Valença disse...

Eu votei nulo para prefeito da minha cidade porque ambos os candidatos não tinham interesse em melhorar a vida do povo.
Cidadania é isso, é poder escolher, é ter o direito de manifestar sua opinião perante a transformação que a sociedade precisa e nem sempre quer.
Política é tudo aquilo que é dotado de intencionalidade, então devemos ter a intenção de que as coisas melhorem! Esse é o primeiro passo da mudança, o querer! O segundo passo é agir e é aí que as coisas complicam porque é muito cômodo reclamar e não mover uma palha para que a coisa mude.
Também é preciso acreditar que é possível uma mudança, que nossa vida não está parada e na mesmice porque sempre foi assim...

**Haline Dias** disse...

Deveríamos ter o direito de não votar, isso sim é democracia! ;)

beeijo Ceciii...